segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Comer, Rezar, Amar...

Queria assistir esse filme a muito tempo, mas ouvi rumores de que iria me decepcionar, que o livro era muito melhor, então estava esperando uma oportunidade de comprar o livro antes do filme, mas eis que a oportunidade de assistir ao filme passou na frente.

Ele me 'inspirou', aprendi tanto...A começar que não devo 'deixar' de fazer alguma coisa só porque alguém acha que irei me decepcionar, cada um tem um gosto, o que eu expresso aqui eu o faço por ser o MEU canto, ninguém precisa concordar.

Do começo ao fim tive a impressão de estar lendo 'poesias', cada frase do filme daria um texto, são tantos sentimentos, tanta sabedoria junta, tudo misturado e ao mesmo tempo tão 'certo', cada coisa no seu lugar, difícil explicar a sensação que tive, algo muito 'meu'.

Eu que amo viajar, pude perceber uma nova forma de enxergar essas viagens, uma forma de aprender sempre mais e mais, uma forma de ‘me’ modificar, de entrar em contato com meu 'eu' interior, de aprender que SEMPRE é possível melhorar.

Essas 'amarras' que temos, sentimentos não digeridos, amores amados pela metade, essa mania que a gente tem de não se perdoar e querer que o outro nos perdoe, essa mania de não nos amarmos e querer que o outro nos ame, essa mania de tomar nossa própria liberdade e acusar o outro por isso.

O filme te faz pensar em muitos momentos da vida, impossível alguém não se identificar, pelo menos com algo. Eu vivo em busca do meu 'equilíbrio', então sou suspeita para dizer, porque o filme é isso, ele te ensina o caminho para encontrar esse tal equilíbrio, em todos os sentidos, então, suspeita ou não, eu indico a todos!

"Se você tem a coragem de deixar para trás tudo que lhe é familiar e confortável (pode ser qualquer coisa, desde a sua casa aos seus antigos ressentimentos)e embarcar numa jornada em busca da verdade (para dentro ou para fora), e se você tem mesmo a vontade de considerar tudo que acontece nessa jornada como uma pista, e se você aceitar cada um que encontre no caminho como professor, e se estiver preparado, acima de tudo, para encarar (e perdoar) algumas realidades bem difíceis sobre você mesmo... então a verdade não lhe será negada."

"Se eu amo você, eu lhe dou tudo que tenho. Dou-lhe meu tempo, a minha dedicação, a minha bunda, o meu dinheiro, a minha familia, o meu cachorro , o dinheiro do meu cachorro, o tempo do meu cachorro, tudo. Se eu amo você, carregarei para você toda sua dor, assumirei para você, todas as suas dividas,(em todos os sentidos da palavra) protegerei você da sua própria insegurança, protegerei em você o todo tipo de qualidade que você na verdade nunca cultivou em si mesmo e comprarei presentes de natal para sua familia inteira. Eu lhe darei o sol e a chuva, e se não estiverem disponíveis dar-lhe-ei um vale de sol e um vale de chuva.Darei a você tudo isso e mais, até ficar exausta e debilitada que a única maneira que terei de recuperar minha energia será me apaixonar por outra pessoa."

"E se a gente simplesmente reconhecesse que nosso relacionamento é ruim, e mesmo assim ficasse junto? Se admitisse que a gente enlouquece um ao outro, que está sempre brigando e quase nunca transa, mas não consegue viver um sem o outro, por isso agüenta tudo? Daí a gente poderia passar a vida inteira junto... infelizes,... mas felizes por não estarmos separados."

Esses trechos me marcaram, o filme todo me marcou, mas como não posso colocar aqui todos os diálogos, frases, músicas e gestos(muita das vezes esquecidos, mas importantíssimos) coloquei alguns, assim fica o gostinho para quem ainda não assistiu/leu e uma forma de lembrança para todos que já assistiram/leram.

Fica a dica!

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

'O apego não quer ir embora, diaxo, ele tem que querer...'


E eu que pensava estar no caminho certo do desapego...
Eis que acontece algo onde eu pude constatar toda minha pequenez, todo meu lado falho, materialista, egoísta, enfim, meu lado humano.
Estive um tempo afastada do blog porque meu computador teve um pequeno problema e eu levei para um técnico dar uma olhada, nunca pensei na possibilidade de ser algo tão grave a ponto de perder tudo que existia nele, pelo menos um backup eu achei que pudesse ser feito antes, mas não foi o que aconteceu; Ele(o técnico não tão técnico assim) disse que ocorreu um problema e não poderia recuperar meu HD. Chorei, esperniei, discuti, falei coisas que depois me arrependi, na hora eu senti como se alguém tivesse apagado minha história, minha vida; Que drama, no fundo foi a coisa mais exagerada de se sentir e por mais exagero que tivesse sido, no final do dia eu só conseguia me sentir pequena. Tanta gente perdendo a casa, a família inteira e eu achando que perdi minha história por isso? Ah vá!
Porque o ser humano se apega tanto a essa 'máquina'? Espera que a vida aconteça, dê certo, que os sonhos se realizem, tudo por aqui, por essa telinha. Engraçado foi ter percebido isso em um momento assim, onde me 'obrigaram' a ter um recomeço, onde as fotos das viagens, amigos, família, os textos pessoais, recordações de anos e anos foram 'tirados' da minha visão para que eu pudesse compreender que aqueles momentos estão em um lugar onde não existe hd no mundo que possa destruir ou 'resgatar', onde nenhum técnico pode entrar, mexer, revirar...Estão na MINHA memória, no MEU coração, é algo que não se compra, troca, arruma...Tudo aquilo que eu chorei ontem por ter 'perdido' na verdade continua no melhor lugar, também existem pastas, está tudo guardadinho, mas ao invés de nomes, eu lhe dou sons, cores, cheiros.. É impagável.
Tudo acontece por um bem maior, mas é preciso entrar na atmosfera, entender o que isso quis lhe dizer, oferecer... Além da idéia ótima do Recomeço, foi ótimo para que eu pudesse enxergar que certas coisas não precisam estar registradas por aqui, basta fechar os olhos.
Mas, obvio que tudo tem seu valor, continuarei amando tirar minhas fotos, escrever meus textos, mas darei mais valor ao momento em si, prestarei o máximo de atenção para não perder nada, nenhum sentido.
Conversando com um amigo ontem chegamos a conclusão que com essa 'era' tecnológica nossos filhos não vão conhecer o rosto dos avós, bisavós, porque se algum dia acontecer uma 'pane' Mundial e todos nós perdemos os dados que armazenamos nessas máquinas, o que acontece? Era muito melhor a época dos álbuns manuais, tão mais bonito, passa bem mais emoção, as fotos não podem ser retocadas e mesmo que saiam 'feias', o importante é que fez parte de um momento, de uma história, tem um motivo para ter saído daquela forma, mas por aqui não, as pessoas querem modificar, melhorar, fazer parecer perfeito quando na verdade nada, nem ninguém é perfeito.
Bom, isso foi apenas um desabafo, mas acho que vale a pena refletir, quero mais realidade pra minha vida.




Na Índia, são ensinadas as "quatro leis da espiritualidade":

A primeira diz: "A pessoa que vem é a pessoa certa".
Ninguém entra em nossas vidas por acaso. Todas as pessoas ao nosso redor, interagindo com a gente, têm algo para nos fazer aprender e avançar em cada situação.

A segunda lei diz: "Aconteceu a única coisa que poderia ter acontecido".
Nada, nada absolutamente nada do que acontece em nossas vidas poderia ter sido de outra forma. Mesmo o menor detalhe. Não há nenhum "se eu tivesse feito tal coisa..." ou "aconteceu que um outro ...". Não. O que aconteceu foi tudo o que poderia ter acontecido, e foi para aprendermos a lição e seguirmos em frente. Todas e cada uma das situações que acontecem em nossas vidas são perfeitas

A terceira diz: "Toda vez que você iniciar é o momento certo".
Tudo começa na hora certa, nem antes nem depois. Quando estamos prontos para iniciar algo novo em nossas vidas, é que as coisas acontecem.

E a quarta e última afirma: "Quando algo termina, ele termina".
Simplesmente assim. Se algo acabou em nossas vidas é para a nossa evolução. Por isso, é melhor sair, ir em frente e se enriquecer com a experiência. Não é por acaso que estamos lendo este texto agora. Se ele vem à nossa vida hoje, é porque estamos preparados para entender que nenhum floco de neve cai no lugar errado.

(Obrigada a minha amiga Mar e ana por ter me 'ensinado' essas leis...)

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Se em algum momento fizesse sentido...


Não faz sentido, nunca fez...
E se fizesse?
Alguém me salvaria?
Se em algum momento fizesse sentido, mudaria o que pensas de mim?
E se não houvessem perguntas? E se ninguém se preocupasse com as respostas?
Se em algum momento fizesse sentido, te ajudaria a me conhecer melhor?
E se no mundo existissem pelo menos duas pessoas iguais a mim? E se na verdade fosse uma só ocupando dois lugares ao mesmo tempo?
Se em algum momento fizesse sentido, te traria pra mais perto?
E se todo sentimento fosse camuflado? E se na verdade tudo pudesse ser inventado?
Se em algum momento fizesse sentido, seu sorriso duraria mais tempo?
E se o mundo fosse dividido em apenas dois lados, você se importaria em lutar ao meu lado?
Se em algum momento fizesse sentido, as injustiças acabariam?
E se eu me trancasse dentro de mim mesma e precisasse de uma chave que está perdida por aí, você procuraria?
Se em algum momento fizesse sentido, o que ia ser do mistério?
E se o frio na barriga não existisse? A emoção teria a mesma 'emoção'?
Se em algum momento fizesse sentido, não teria sentido algum.

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Cansei...


"Cansei de quem gosta como se gostar fosse mais uma ferramenta de marketing. Gostar aos poucos, gostar analisando, gostar duas vezes por semana, gostar até as duas e dezoito. Cansei de gente que gosta como pensa que é certo gostar. Gostar é essa besta desenfreada mesmo. E não tem pensar. E arrepia o corpo inteiro, mas você não sabe se é defesa para recuar ou atacar. E eu gosto de você porque gostar não faz sentido.
Permita-se. Se você acha que no fundo mesmo, apesar de todas essas reuniões e palavras em inglês que só querem dizer que você não sabe o que está falando, o que importa é ter pra quem mostrar que saiu o arco-íris. Permita-se. Porque eu não quero que você tenha essa pressa ao ponto de ajudar com as próprias mãos. Eu quero que você sinta esse prazer que chega aos poucos. E mata tudo que há em volta. E explode os relógios. E chega aos poucos ainda que você não saiba nem quem é pouco e nem quem é lento. Porque você morre. Se você prefere a vida quando se morre um pouco por alguém. permita-se.
Eu não faço a menor idéia de como esperar você me querer. porque se eu esperar, talvez eu não te queira mais.
Eu não quero ir embora e esperar o dia seguinte. Porque cansei dessa gente que manda ter mais calma. E me diz que sempre tem outro dia. E me diz que eu não posso esperar nada de ninguém. E me diz que eu preciso de uma camisa de força. Se você puder sofrer comigo a loucura que é estar vivo. Se você puder passar a noite em claro comigo de tanta vontade de viver esse dia sem esperar o outro, se você puder esquecer a camisa de força e me enrroscar no seu corpo para que duas forças loucas tragam algum aquilibrio. Se você puder ser alguém de quem se espera algo, afinal, é uma grande mentira viver sozinho, permita-se. Eu só queria alguém pra vencer comigo esses dias terrivelmente chatos.”
(_Tati Bernardi)

Deus, dai-me paciência...


Paciência é uma virtude de manter um controle emocional equilibrado, sem perder a calma, ao longo do tempo. Consiste basicamente de tolerância a erros ou fatos indesejados. É a capacidade de suportar incômodos e dificuldades de toda ordem, de qualquer hora ou em qualquer lugar. É a capacidade de persistir em uma atividade difícil, tendo ação tranqüila e acreditando que você irá conseguir o que quer, de ser perseverante, de esperar o momento certo para certas atitudes, de aguardar em paz a compreensão que ainda não se tenha obtido , capacidade de ouvir alguém, com calma, com atenção, sem ter pressa, capacidade de se libertar da ansiedade. A tolerância e a paciência são fontes de apoio seguro nos quais podemos confiar. Ser paciente é ser educado, ser humanizado e saber agir com calma e com tolerância. A paciência também é uma caridade quando praticada nos relacionamentos interpessoais.

O desenvolvimento da paciência

Diz-se que dentre as sete virtudes, a mais difícil de desenvolver é a paciência, mas uma vez desenvolvida, esta traz inúmeros benefícios. É possível exercitar a paciência em diversas áreas, como por exemplo: No trânsito, na fila do banco, na convivência familiar, no trabalho, nos estudos, etc. Uma pessoa paciente sabe que para alcançar um objetivo é necessário passar por pequenos obstáculos que devem ser analisados cuidadosamente para passar ao próximo obstáculo até alcançar o objetivo final.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Onde aprender a odiar para não morrer de amor?

"…olhou em torno de si, rodeada pelas jaulas, enjaulada pelas jaulas fechadas….desviou os olhos, doente, doente (…)
sem conseguir encontrar dentro de si o ponto pior de sua doença, o ponto mais doente, o ponto de ódio, ela que fora ao Jardim Zoológico para adoecer.
E, enquanto fugia, disse: “Deus, me ensine somente a odiar”.
“Eu te odeio”, disse ela para um homem cujo crime único era o de não amá-la. “Eu te odeio”, disse muito apressada.
Mas não sabia sequer como se fazia.
Mas onde, (…) onde aprender a odiar para não morrer de amor?
Eu te amo, disse ela então com ódio para o homem cujo grande crime impunível era o de não querê-la..."
(_Clarice Lispector)

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Oportunidade...


"Uma mulher perdoará um homem por tentar seduzi-la, mas não o homem que perde essa oportunidade quando ela lhe é oferecida."
(_ Charles Talleyrand-Périgord)

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Saudades...


Meu dia é tranquilo até que meu pensamento é levado até você. Lembro das suas mãos, dos cheiros, dos momentos, dos sorrisos de verdade(como era gostosa a forma que sorria).
Você nunca deixou minhas mãos esfriarem, sempre soube o exato momento de parar, sempre soube o momento de continuar.
Sinto saudades da pele, do suor, da lágrima quentinha que eu enxugava sempre que ela teimava em cair.
Sinto saudades de dividir a batata, a cômoda, a cama e os sonhos...
Sinto saudades da forma que dizia me amar sem ao menos abrir a boca e o jeito que me inspirava em dizer 'Eu também', daquele jeito que só você sabe como.
Sinto saudades dos passeios no parque, das horas sem fim contando estrelas na areia da praia, do amorzinho gostoso.
Sinto saudades dos joguinhos, daqueles que comprávamos e daqueles que improvisávamos também. Das frutas que em você ficavam deliciosamente mais saborosas.
Sinto saudades da forma como tirava minha sandália, sempre me sentia uma princesa. Da forma que me olhava como se eu fosse a única mulher no mundo e como me dizia que eu era, de fato, a única mulher no seu mundo.
Sinto saudades de fingir que estava dormindo e te sentir olhando pra mim, como se pudesse desvendar meus sonhos.(E poderia)
Sinto saudades das viagens, das sacanagens à beira da estrada, do olhar quando queria me amar, das horas que com você pareciam segundos.
Sinto saudades das cócegas que me faziam ficar roxa de tanto rir, dos campeonatos de beijo, das brincadeiras, em especial aquela que ficávamos olhando um ao outro, sem piscar, era a brincadeira mais séria que poderia existir, nunca vou esquecer a forma que conseguia te decifrar em segundos. Você dizia que eu era mágica, mas magico mesmo era o seu olhar.
Saudades de tudo que vivi, de tudo que não vivi, de tudo que poderia ter vivido.
Saudades....

"Saudade é um pouco como fome. Só passa quando se come a presença. Mas as vezes a saudade é tão profunda que a presença é pouco: Quer-se absorve a outra pessoa toda. Essa vontade de um ser o outro para uma unificação inteira é um dos sentimentos mais urgentes que se tem na vida."
(_Clarice Lispector)

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Dilacerando felicidades de mentira...


“Porque quando fecho os olhos, é você quem eu vejo; aos lados, em cima, embaixo, por fora e por dentro de mim.
Dilacerando felicidades de mentira, desconstruindo tudo o que planejei, abrindo todas as janelas para um mundo deserto. É você quem sorri, morde o lábio, fala grosso, conta histórias, me tira do sério, faz ares de palhaço, pinta segredos, ilumina o corredor por onde passo todos os dias.
É agora que quero dividir maçãs, achar o fim do arco-íris, pisar sobre estrelas e acordar serena. É para já que preciso contar as descobertas, alisar seu peito, preparar uma massa, sentir seus cílios. “Claro, o dia de amanhã cuidará do dia de amanhã e tudo chegará no tempo exato. Mas e o dia de hoje?” Não quero saber de medo, paciência, tempo que vai chegar. Não negue, apareça. Seja forte. Porque é preciso coragem para se arriscar num futuro incerto. Não posso esperar.
Tenho tudo pronto dentro de mim e uma alma que só sabe viver presentes. Sem esperas, sem amarras, sem receios, sem cobertas, sem sentido, sem passados. É preciso que você venha nesse exato momento. Abandone os antes. Chame do que quiser. Mas venha. Quero dividir meus erros, loucuras, beijos, chocolates…
Apague minhas interrogações. Por que estamos tão perto e tão longe? Quero acabar com as leis da física, dois corpos ocuparem o mesmo lugar! Não nego. Tenho um grande medo de ser sozinha. Não sou pedaço. Mas não me basto.”
(_Caio Fernando Abreu)

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Quando fui chuva...


Gosto de música que me toca, que me toma, transforma, arrepia, faz cócegas...
Sou completamente apaixonada por Maria Gadú, Luis Kiari, Leandro Léo, entre outros que fazem parte desse projeto/movimento lindo chamado 'Varandistas'.
Estava aqui pensando na vida, ouvindo essa chuvinha gostosa, acho tempos assim tão românticos, imagino tantas cenas. Que gostoso, né? A vida é mesmo cheia de possibilidades.
Bom mesmo é ouvir juntinho de alguém especial, na mesma sintonia, com aquela troca gostosa de energia. Não tem dinheiro no mundo que pague momentos assim.
Espero que apreciem a dica.


"Quando já não tinha espaço, pequena fui

Onde a vida me cabia apertada

Em um canto qualquer,

Acomodei minha dança, os meu traços de chuva

E o que é estar em paz

Pra ser minha e assim ser tua

Quando já não procurava mais

Pude enfim nos olhos teus, vestidos d'água,

Me atirar tranquila daqui

Lavar os degraus, os sonhos, as calçadas

E, assim, no teu corpo eu fui chuva

... jeito bom de se encontrar!

E, assim, no teu gosto eu fui chuva

... jeito bom de se deixar viver!

Nada do que fui me veste agora

Sou toda gota, que escorre livre pelo rosto

E só sossega quando encontra tua boca

E, mesmo que eu te me perca,

Nunca mais serei aquela que se fez seca

Vendo a vida passar pela janela"

(_Luis Kiari e Caio Soh)

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Meu Louco...

"Que é a vida senão uma série de loucuras inspiradas." (_George Bernard Shaw)

Queria dividir com vocês uma das minhas tatuagens, o nome desse blog faz parte da minha pele a alguns anos já. O cabelo esconde o 'Meu Louco', como muitas vezes eu mesma escondo grande parte de quem sou. Na verdade eu escondo porque nem eu mesma sei, quem é que se conhece por inteiro?
Dizem que quem se descreve, se limita. Oras, então sou o ser mais sem limites...
Todos que me conhecem perguntam: "Tati, o que essa frase significa?" Uns já vem com aquela certeza: "Ahhhh, é daquela música, né?" Mas é um 'troço' tão meu, esse sim acho que é um troço meu por inteiro, se eu pudesse me descrever(o que não é o caso), mas se eu pudesse, começaria explicando o que essa frase significa para mim, mas são tão poucas as pessoas que entenderiam...Então eu resumo em apenas duas palavras: MINHA VIDA.
Um incenso queimando, os pensamentos surgindo, tudo misturado, embolado, sendo expulso por mim e por aquela que hábita aqui dentro, são duas, ainda estou descobrindo qual é a mais serena, centrada, justa e está na maioria das vezes certa, não pela prepotência em se achar o máximo, mas pelo sentido que sempre esta tão a flor da pele que não deixa nada passar....Mas eu sempre me confundo, existe um atrito, uma guerra entre essa parte e a outra não tão sensível assim, nada serena, muito menos centrada, aquela parte que erra e algumas vezes é até injusta, mais consigo mesmo do que com o outro.
Quando você não sabe quem é, não se conhece por completo, tudo é tão mais difícil, é como sentir sede e tomar litros de água e mesmo assim continuar com a boca seca, é como mastigar um chiclete sem gosto o dia inteiro. Mas porque diabos é tão difícil se auto conhecer? Você sabe das coisas que mais gosta?
Qual seu papel no mundo?
Do que você tem medo?
O que você quer ser?
Suas preferências?
Existe algo que você ama mais do que tudo?
O que você odeia?
Quem é você?
Uma vez tive que responder um questionário parecido a alguns anos atrás, fiquei chocada porque não consegui responder quase nada, me assustei, essa foi a tarefa mais difícil que já levei para casa. Todos os dias eu me faço perguntas, muitas das vezes fico brava comigo mesma por ainda pensar muito antes de responder.
Não existe um mapa para a gente se achar, né? Mesmo porque é tão difícil saber em que momento da vida você se perdeu ou na verdade nunca se achou. Eu não sei qual a proporção que isso acontece com outras pessoas, a maioria delas aparenta se conhecer tanto a ponto de não dar abertura para o novo, é aquilo que elas querem e acabou, não existe o meio termo, apenas: 'Eu sou assim, me ame ou me odeie".
Acho que o maior problema em se auto conhecer é porque após isso você precisa se aceitar, com toda a carga que você carrega e acarreta durante a vida, aceitar principalmente todos os seus defeitos(muitas vezes camuflados) aceitar seus medos, angústias, aceitar que você não é, nunca foi e nunca será perfeito, que seus atos são falhos, que sua mente as vezes é a mais poluída e você não conta carmeirinho quando vai dormir. É aceitar que existem coisas que não podem ser mudadas, mesmo com muito esforço.
Em uma conversa com um amigo chegamos a conclusão de que nunca vamos de fato, nos conhecermos por completo, porque nunca vamos conseguir passar por todas as situações da vida para que possamos saber como nos sairíamos em todas elas, quais seriam nossas atitudes, o que sentiríamos, de que forma faríamos.
Não tem um ditado que diz: "Passamos a vida ao lado de uma pessoa e não a conhecemos"? É muito verdade, quem nunca conheceu anos e anos alguém que dizia colocar a mão no fogo e com uma simples atitude, uma simples palavra, um simples olhar, descobre que estava completamente errada ao seu respeito, que ela nunca foi a pessoa que imaginou? Isso da medo, mas de fato acontece e muito!
Eu tento ser tão espiritualizada, busco tanto o conhecimento de tantas coisas, mas porque quando o assunto é meu interior eu ainda preciso me decifrar? Seria tão bom se a gente pudesse pedir algumas pílulas de auto-conhecimento para um médico, uma reza daquelas para um padre, enfim, é um processo demorado, nunca é tarde para tentar se descobrir...Mãos a obra, mente aberta.
Como li em algum lugar uma vez: "Crítica requer conhecimento. Auto-crítica requer auto-conhecimento."

"Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas... continuarei a escrever"
(_Clarice Lispector)

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Onde Deus Possa Me Ouvir...


"Sabe o que eu queria agora, meu bem...?
Sair chegar lá fora e encontrar alguém
Que não me dissesse nada
Não me perguntasse nada também
Que me oferecesse um colo ou um ombro
Onde eu desaguasse todo desengano
Mas a vida anda louca
As pessoas andam tristes
Meus amigos são amigos de ninguém.
Sabe o que eu mais quero agora, meu amor?
Morar no interior do meu interior
Pra entender porque se agridem
Se empurram pro abismo
Se debatem, se combatem sem saber
Meu amor...
Deixa eu chorar até cansar
Me leve pra qualquer lugar
Aonde Deus possa me ouvir
Minha dor...
Eu não consigo compreender
Eu quero algo pra beber
Me deixe aqui pode sair.
Adeus..."
(_Vander Lee)

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

O que você tem?


O que você tem que me deixa assim? Meio boba, meio louca, meio no limite do meu limite, 'meio inteira' de amor?
A minha vida inteira para te encontrar e hoje sinto como se já tivesse te encontrado a vida inteira. Consegue ver sentido nisso? Eu sei que sim, você enxerga além das palavras, você vai la no fundo e é por isso que com você um dia significa um ano, a sua intensidade é algo que me fascina, encanta, faz querer, nossa como eu quero, quero tanto, quero muito, quero antes, quero agora, quero depois. Sabe quando se é criança e a sua mãe diz "Não usa o patins aqui dentro filha, vai riscar todo o chão" dai você diz "claro mãe" e espera ela sair e anda com a maior felicidade do mundo, faz riscos e riscos no chão todo enceirado, depois bate um remorso, mas na verdade você imaginava que não ia fazer riscos, que ia ser cuidadosa, que sua mãe estava sendo um pouco chata, mas depois de feito você pensa "E agora quando ela chegar? Vou ficar de castigo? Será que consigo limpar isso antes que ela chegue? Mas não consigo, sou muito pequena ainda" E pronto, você fica esperando um 'veredito'...
Antes de te expor meus sentimentos me sentia assim, como se tivesse feito algo que não devia e que a qualquer momento pudesse ser punida ou entendida, são dois extremos, eles mal se conhecem, mas com você foi tão fácil, foi como se não existissem riscos. Difícil escrever sem colocar as ininicias do seu nome no começo de cada frase, já me acostumei a despejar em você tudo que sinto e você com toda delicadeza e gentileza me responde da forma mais carinhosa e expoem seus sentimentos, mesmo que diferentes dos meus, não consigo sentir raiva alguma por isso, não consigo nem ao menos pensar algo ruim ao seu respeito, geralmente o instinto de defesa do ser humano é um pouco agressivo, mas com você o meu não funciona.
Deve ser porque encontro tudo em você, tudo que eu busco em mim, tudo que eu busco no mundo, toda viagem desejada, todo caminho percorrido, toda pergunta, toda resposta, toda espera, tudo que eu ainda preciso entender, tudo que eu preciso aceitar, todos os sopros no coração, toda cócega na alma, toda lágrima quentinha, todo sorriso rasgado, toda saudade, tudo aquilo que acredito, todas as formas do meu corpo, todas as formas do meu sentido, todo ar que eu respiro, todo ar que ainda me falta, toda paixão pelo nada, pelo tudo, pelo que ainda não existe, toda brincadeira de criança, nem tão de criança assim, tudo que meu louco e precioso coração sente, tudo, eu encontro em você.


*Precisava postar esse sentimento aqui, preciso esquecer, mas não queria que esse momento se perdesse, caísse no esquecimento, virasse um nada, ele existiu, tudo que escrevi existiu e ainda existe, foi de verdade, queria que fosse o bastante expor somente a você, mas hoje senti necessidade de expor ao mundo, o meu mundo, mundo este que eu quis dividir, estar, semear, construir...Mundo este que preciso urgentemente esquecer.

domingo, 2 de janeiro de 2011

Uma colaboração (não um conselho) pra você..


"Quando eu for bem velhinha, espero receber a graça de, num dia de domingo, me sentar na poltrona da biblioteca e, bebendo um cálice de Porto, dizer a minha neta :

- Querida, venha cá. Feche a porta com cuidado e sente-se aqui ao meu lado. Tenho umas coisas pra te contar.
E assim, dizer apontando o indicador para o alto:
- O nome disso não é conselho, isso se chama colaboração!

Eu vivi, ensinei, aprendi, caí, levantei e cheguei a algumas conclusões. E agora, do alto dos meus 82 anos, com os ossos frágeis a pele mole e os cabelos brancos, minha alma é o que me resta saudável e forte.
Por isso, vou colocar mais ou menos assim:

É preciso coragem para ser feliz. Seja valente.
Siga sempre seu coração. Para onde ele for, seu sangue, suas veias e seus olhos também irão.
E satisfaça seus desejos. Esse é seu direito e obrigação.
Entenda que o tempo é um paciente professor que irá te fazer crescer, mas escolha entre ser uma grande menina ou uma menina grande, vai depender só de você.
Tenha poucos e bons amigos. Tenha filhos. Tenha um jardim. Aproveite sua casa, mas vá a Fernando de Noronha, a Barcelona e a Austrália.

Cuide bem dos seus dentes.
Experimente, mude, corte os cabelos.
Ame. Ame pra valer, mesmo que ele seja o carteiro.
Não corra o risco de envelhecer dizendo "ah, se eu tivesse feito..."
Tenha uma vida rica de vida.
Vai que o carteiro ganha na loteria - tudo é possível, e o futuro é imprevisível.

Viva romances de cinema, contos de fada e casos de novela.
Faça sexo, mas não sinta vergonha de preferir fazer amor.
E tome conta sempre da sua reputação, ela é um bem inestimável. Porque sim, as pessoas comentam, reparam, e se você der chance elas inventam também detalhes desnecessários.

Se for se casar, faça por amor. Não faça por segurança, carinho ou status.
A sabedoria convencional recomenda que você se case com alguém parecido com você, mas isso pode ser um saco!
Prefira a recomendação da natureza, que com a justificativa de aperfeiçoar os genes na reprodução, sugere que você procure alguém diferente de você. Mas para ter sucesso nessa questão, acredite no olfato e desconfie da visão. É o seu nariz quem diz a verdade quando o assunto é paixão.

Faça do fogão, do pente, da caneta, do papel e do armário, seus instrumentos de criação. Leia, pinte, desenhe, escreva. E por favor, dance, dance, dance até o fim, se não por você, o faça por mim.
Compreenda seus pais. Eles te amam para além da sua imaginação, sempre fizeram o melhor que puderam, e sempre farão.

Cultive os amigos. Eles são a natureza ao nosso favor e uma das formas mais raras de amor.
Não cultive as mágoas - porque se tem uma coisa que eu aprendi nessa vida é que um único pontinho preto num oceano branco deixa tudo cinza.

Era só isso minha querida. Agora é a sua vez.. Por favor, encha mais uma vez minha taça e me conte:

Como vai você?"

(_Crônica de Maria Sanz Martins, revista AG.)